um dia.. lembra-te de mim

não és o meu ídolo, não és o meu orgulho e muito menos o homem da minha vida, és simplesmente alguém que me fez, que me deu o nome mas que não me criou. nunca consegui que me amasses, nem depois destes dezasseis anos. aprendi a viver sem a tua presença e para ser sincera, já não me dói a forma como me desprezas e como me ignoras, porque no fundo essa é a minha realidade de há muitos anos, de tal forma que já me habituei a isso. aprendi a guardar para mim todas as perguntas que te tinha e tenho para fazer, aprendi a não falar de ti. não te odeio mesmo mas não consigo gostar de uma pessoa que simplesmente não conheço.. é triste e não queria nada que nós tivéssemos está relação, isto é, se isto é alguma "relação" mas sempre pensei que um dia fosses voltar para casa, para mim. que um dia me fosses buscar a escola, que me acordasses e dissesses "hoje é o pai que te vai levar à escola, despacha-te". que ia haver um dia que te pudesse abraçar do nada e dizer-te o quanto estava feliz por estares comigo. esse dia nunca chegou e a vida deu e dá muitas voltas e eu infelizmente, não as dei nem dou contigo. perdoou-te tudo, tudo o que fizeste, mas este ano, no dia dos meus anos, faz uma coisa diferente: liga-me e dá-me os parabéns.

  


p.s.: continuas a ser o único a chamar-me "pápi", pelo menos até aos meus três anos foi assim. e está é a única recordação que tenho de ti.(ah.. a  mãe diz que estou cada vez mais parecida contigo)






  
(não, está foto não é minha)